Oscar 2022 já tem uma cineasta mulher como protagonista

O Oscar 2022 já tem uma protagonista antes mesmo do resultado final. A cineasta Jane Campion já conquistou o recorde histórico de indicações, com o filme Ataque dos Cães, que está na Netflix. Jane é a quarta mulher na história do Oscar a concorrer como melhor diretora, mas é a única que concorre a esse prêmio pela segunda vez. 

Vamos entender um pouco do aumento da participação de mulheres cineastas na indústria cinematográfica. E a história de mulheres no Oscar pode ser um bom parâmetro dimensionar essa expansão.

Com Ataque dos Cães, Jane Campion recebeu ao todo três indicações ao Oscar 2022: melhor direção, melhor roteiro adaptado e melhor filme (como produtora). Passa a integrar o grupo de quatro mulheres que já concorreram nessas três categorias em um mesmo prêmio. As outras três foram: Sofia Coppola (2003 - Encontros e Desencontros), Chloé Zhao (2020 - Nomadland) e Emerald Fennell (2020 - Bela Vingança).

Mas Jane Campion se diferencia das demais agora em 2022, pois se torna a primeira mulher a receber duas indicações de melhor direção na história do Oscar. Em 1993, ela já havia concorrido nessa categoria com o filme O Piano.

Desde que o Oscar foi criado, sete cineastas mulheres tiveram indicação de melhor direção. A primeira foi em 1977 quando Lina Wertmüller concorreu com Pasqualino Sete Belezas. Depois vieram Sofia Coppola em 2003 (Guerra ao terror) e Kathryn Bigelow em 2010 (Guerra ao Terror), Greta Gerwig em 2018 (Lady Bird), e em 2020, Chloé Zhao (Nomadland) e Emerald Fennell (Bela Vingança). Dessas, apenas Bigelow e Zhao levaram a estatueta pra casa. 

Na briga de direção neste ano, Jane Campion concorre contra Kenneth Branagh (Belfast), Ryûsuke Hamaguchi (Drive My Car), Paul Thomas Anderson (Licorice Pizza) e Steven Spielberg (Amor, Sublime Amor). Curiosamente, a moça perdeu para Spielberg no Oscar de 1994, por conta de A Lista de Schindler. Por outro lado, ela venceu o prêmio de melhor roteiro original por O Piano. Se ela levar, pelo menos, a estatueta de roteiro adaptado por Ataque dos Cães, será a primeira mulher a ter vencido nas duas categorias de roteiro na história do Oscar.


Filme de Jane Campion - ATAQUE DOS CÃES - lidera indicações ao oscar

No Oscar de 2022, o filme de Jane Campion recebeu 12 indicações: filme, direção, ator (Benedict Cumberbatch), atriz coadjuvante (Kirsten Dunst), ator coadjuvante (Jesse Plemons e Kodi Smit-McPhee), roteiro adaptado, montagem, fotografia, direção de arte, som e trilha sonora.

É a grande aposta da Netflix para vencer, no geral, a premiação 2022. O filme já foi premiado no Globo de Ouro. Conta uma história inspirada na obra de Thomas Savage. O enredo acompanha a vida de dois irmãos, Phil e George, no Oeste americano, em 1925. Suas vidas mudam quando George decide se casar com uma viúva, Rose — mãe de um jovem, Peter, que é vítima de zombarias pelos vaqueiros locais. O filme toca em temas como homofobia e tem causado muitos debates.

Mulheres ainda são minoria na indústria do cinema

Em 2021, uma pesquisa do Observatório Europeu do Audiovisual mostrou que apenas um em cada cineastas europeus é uma mulher, ou direção de fotografia e composição. Há mais produtoras (33%) e argumentistas (27%) mas em média as mulheres que trabalham atrás das câmaras tendem a trabalhar em menos filmes do que os homens.

As principais conclusões do relatório Female professionals in European film production são que as mulheres estão ainda sub-representadas nas principais profissões de bastidores do cinema europeu e que representam apenas 23% dos realizadores europeus no activo entre 2016 e 2020. 

Nesse período, havia apenas 9% de compositoras a trabalhar para cinema e 10% de diretoras de fotografia. A pesquisa aponta que a presença feminina é mais equilibrada frente às câmaras, com 39% dos atores principais de um filme [europeu] do gênero feminino. Os dados consideram os longas-metragens que constam da base de dados Lumiere.

E no Brasil?

No Brasil, a participação de mulheres dirigindo filme é antiga, mas muitas mulheres tiveram seus trabalhos invisibilizados como ocorreu ao longo da história de outras artes e em praticamente todo o mundo. Em um estudo assinado por Neusa Barbosa ela aponta Cléo de Verberena, roteirista, produtora e diretora de O Mistério do Dominó Preto (1931), o primeiro filme dirigido por uma mulher no Brasil. Ela também destaca a realizadora Gilda Abreu, roteirista e diretora de O Ébrio (1946), um dos maiores sucessos de bilheteria nacional de todos os tempos.

Quando se fala em cinema feito por mulheres no Brasil, as luzes acendem para Lucy Barreto, responsável pela produção de dois indicados ao Oscar, O Quatrilho e O Que É Isso, Companheiro?, além de outros clássicos como Terra em Transe, Bye Bye Brasil, Dona Flor e seus Dois Maridos. Ou Laís Bodanzky, com Bicho de Sete Cabeças. 

Hoje, uma das que merecem destaque é a diretora mineira Petra Costa, 36 anos, que concorreu ao Oscar em 2020 com o documentário Democracia em Vertigem. Lançado pela Netflix em junho de 2019, em 190 países.

Anna Muylaert, com Que horas ela volta (2015), também concorreu à indicação ao Oscar. Comoveu, ao explicitar os conflitos de uma empregada doméstica (Regina Casé) com os patrões de classe média alta e a relação com a filha. Outra jovem cineasta é a jornalista Susanna Lira, 46 anos, com mais de 40 filmes. 

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