Vantagens do glossário para a tradução técnica

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Por: Paula Patrocinio Faitanin

Traduzir é uma tarefa que envolve diferentes etapas, desde a análise do documento a ser traduzido à revisão final, cada etapa contribui para a entrega do documento ao cliente. No que se refere à tradução técnica, uma etapa importante  consiste na implementação de um glossário, uma ferramenta que contribui imensamente na padronização de termos em uma tradução. O uso do glossário auxilia o tradutor com terminologias mais específicas e garante certa identidade ao texto produzido.

Como mencionado acima, o glossário é uma ferramenta que tem a função de auxiliar o tradutor em seu trabalho. Ele funciona como uma fonte de consulta e faz com que o trabalho fique de acordo com outras traduções semelhantes que já foram feitas previamente. Um glossário pode possuir dois tipos de entrada: termos simples e termos complexos.

Os termos simples seriam palavras ou termos que aparecem com frequência em um documento. A sua atribuição ao glossário tem como objetivo padronizar esses termos para que eles sempre sejam traduzidos de maneira igual e, desse modo, o texto não parecerá um apanhado feito por várias pessoas, mas um trabalho coeso e padronizado. Podemos usar como exemplo a palavra management, em português ela pode ser traduzida por administração, gestão ou até gerenciamento. O uso do glossário, nesse caso, teria por sua vez o objetivo único de uniformizar a tradução para um desses termos. A importância de padronizar uma tradução é que isso lhe atribui uma identidade, ou seja, ela ganha um gênero e características específicos para o contexto em que será empregada.

Os outros termos, os complexos, consistem em terminologias mais específicas da tradução técnica. Termos que pertencem à um nicho em particular e, consequentemente, demandam um conhecimento especializado do assunto. O glossário, portanto, também configura uma fonte confiável para pesquisa. Um exemplo clássico no segmento de óleo e gás é “gasket”, que pode ser traduzido por gaxeta, vedação ou junta. Cada empresa usa uma dessas opções. Sem uma conversa antes do início do trabalho ou um glossário que nos indique a opção de cada empresa, podemos ter ruídos desnecessários. Temos ainda que verificar situações em que alguns termos não são traduzidos, pois, muitas vezes a empresa “americaniza” o termo que passar ser padrão para ela, como por exemplo, deletar, que foi incorporado ao português. 😉

Um glossário deve ser elaborado após uma tradução, onde ocorrerá um apanhado dos termos chave e técnicos. Ele geralmente é dividido em duas colunas onde esses termos são relacionados, na primeira coluna coloca-se a terminologia no idioma de origem e na coluna ao lado como foi traduzido para o idioma de destino. Notas de tradução também podem ser adicionadas ao glossário e ele pode ser elaborado tanto pelo tradutor quanto pelo cliente. O que normalmente acontece no mercado é a homologação do glossário pelo cliente, com a participação ativa do cliente tem-se a certeza de que o trabalho sairá da forma que se espera.

A tradução feita com o auxílio de um glossário assegura a identificação e a consistência do texto produzido. Outro fator que também é uma vantagem é a independência de tradutor, ao usar um glossário vários tradutores podem dividir um documento e dessa maneira o texto terá uma única base de consulta, igualmente coesa e consistênte. O glossário também pode ser editado e questionado por todos os envolvidos, o que o torna uma ferramenta confiável e atualizada.

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